Biópsia líquida para câncer: revolução no diagnóstico e tratamento

As alternativas para tratamento oncológicos mais precisos, como a biópsia líquida para câncer, surgiram devido à complexidade desta doença.

Afinal, em geral, um tumor contém milhares de células diferentes e envolve centenas de genes, com muitas mutações e muitas alterações nos trajetos comuns das células. Por isso, para obter sucesso no tratamento do câncer, é necessário identificar e compreender as características moleculares das células de um tumor.

Uma das formas de obter isso é através da biópsia líquida para câncer, uma alternativa menos invasiva do que as tradicionais biópsias feitas com tecido geralmente utilizadas para avaliar o tumor de um paciente.

Ao observar cada célula individualmente, você ganha insights nos detalhes de sua origem. E, com amostras de sangue retiradas em intervalos de tempo pré-determinados, a biópsia líquida permite o melhor monitoramento da doença e auxilia no tratamento.

Conheça os tipos de biópsia líquida

Há muito tempo, as células circulantes de tumor (CTCs) são conhecidas por espalhar o tumor pelo corpo e por possibilitar uma compreensão ampla e em tempo real da evolução do câncer. Veja os principais tipos de biópsia líquida:

• Células Circulantes de Tumor (CTCs): parte do processo metastático, essas células são liberadas por tumores na corrente sanguínea e servem para gerar novos tumores (metástases);
• DNA Circulante de Tumor (ctDNA): o DNA de um tumor também pode ser liberado na corrente sanguínea como fragmentos e pode ser separado do DNA de células saudáveis que circulam no sangue. A biópsia líquida pode identificá-los, indicando a presença de um tumor.
• Exossomos Circulantes: são vesículas de células que contêm DNA, RNA e proteínas usadas para transferência de sinais biológicos entre as células.

Com a biópsia líquida para câncer, é possível testar e caracterizar a presença destas moléculas, e com isso compreender a origem de diferentes tipos de tumores. Além disso, é possível identificar as drogas mais indicadas para combatê-los. Ao contrário da biópsia tradicional, a líquida permite testes frequentes e recorrentes, para que o tratamento acompanhe a evolução da doença.

Além das Células Circulantes de Tumor (CTC’s), outras células que têm ganhado a atenção de pesquisadores são as Células-Tronco de Câncer, conhecidas como CSC’s, ou Cancer Stem Cells. A teoria é de que essa pequena população células tumorais é capaz de se auto-regenerar e criar novas células de diferentes tipos de tumor.

Compreender as propriedades e características das CSC’s pode ser a chave para o futuro do diagnóstico e tratamento do câncer. Atualmente, as terapias disponíveis reduzem o tumor, sem eliminar completamente o risco de metástase. Se identificadas e destruídas as CSC’s, a chance de eficácia ou mesmo cura do câncer é elevada.

Onconomics Plus: a biópsia líquida para câncer disponível no Brasil

A técnica utilizada na biópsia líquida para câncer disponível no mercado brasileiro é conhecida como teste ex vivo (do latim, fora do vivo). Isso significa que ele ocorre fora do organismo. Na ciência, quer dizer que o teste é feito em um ambiente artificial com alterações mínimas em relação às condições originais, ou seja, sem alterar o genótipo e fenótipo da célula

Ao contrário do que possa parecer, isso proporciona condições mais controladas para a realização do teste, que não afeta as características genéticas e epigenéticas das CTC’s e CSC’s.

Com o exame, é possível testar como o câncer responde aos estímulos sem sequer saber que tipo de câncer ele é ou onde o tumor está localizado. Para completar, identifica-se com dados precisos os genes relacionados ao tumor, inclusive os relacionados a fatores de crescimento e proliferação.

O resultado são informações detalhadas do tipo de câncer, a habilidade de crescimento, o risco de metástase e a resistência a certos tipos de drogas.

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