Do grego bios, vida, e ipsis, visão, a biópsia é maneira mais comum e precisa de diagnosticar o câncer. Trata-se de um procedimento no qual se colhem células ou mesmo um pequeno pedaço do tumor para serem analisados em laboratório. Quase todos os órgãos do corpo podem ser biopsiados, desde músculos e pele, até ossos e secreções.
De acordo com o professor Bert Volgestein, professor de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em entrevista ao jornal inglês The Guardian, se todos os cânceres pudessem ser detectados quando ainda estão restritos a apenas um local, as mortes decorrentes da doença poderiam ser reduzidas em 90%. “Mas esse é um número teorético. Os dados atuais sugerem que isso vai demorar bastante tempo, e ainda existem muitos obstáculos a serem superados.”
Atualmente, existem no Brasil seis procedimentos mais comuns indicados para a obtenção de material para diagnóstico, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre eles, estão:
- Biópsia incisional – retirada de uma amostra do tumor, feita na periferia para incluir tumor e tecido normal e evitar área de necrose do tumor. Indicada para lesões extensas inoperáveis, como de ossos, músculos e outros tecidos moles.
- Biópsia Excisional – ressecção ampla da lesão com tecido normal em toda a circunjacência, pode corresponder ao tratamento do tumor primário. Indicada para lesões ressecáveis.
- Biópsia percutânea – retirada de material por punção de lesões, órgãos ou tecidos. Indicada para análise de material da medula óssea, fígado, mama, pulmão, pleura, entre outros.
- Curetagem – raspagem com instrumentos. Indicada para coleta de material da cavidade uterina e lesões ósseas.
A biópsia incisional é um dos procedimentos mais comuns para diagnóstico de câncer
Realizada por um cirurgião, a biópsia incisional remove uma pequena parte da lesão. É recomendada para lesões grandes, com mais de um centímetro de diâmetro, que estejam em regiões de risco. A biópsia incisional também pode ser indicada quando há suspeita de malignidade do tumor e quando o diagnóstico definitivo é requerido antes de planejar a remoção completa ou outros tipos de tratamentos.
Como as áreas centrais das lesões grandes costumam ser necrosadas, portanto com pouco valor para diagnóstico, em geral é retirado tecido no perímetro do tumor. Para realizar o procedimento, aplica-se cirurgia local ou regional. Caso o tumor esteja no interior do tórax ou abdômen, é necessário aplicar anestesia geral.
A biópsia líquida surge como alternativa para a biópsia incisional e outros procedimentos
Embora tanto a biópsia incisional quanto os outros procedimentos sejam considerados simples, algumas podem demandar internações. As complicações variam conforme o tipo de intervenção, mas podem ocorrer agravamento da lesão por excesso de manipulação, hemorragias ou infecções.
Neste cenário, e também com o objetivo de facilitar o diagnóstico simples e preciso, a técnica já está disponível para a detecção de câncer, identificando se existem Células Circulantes de Tumor na corrente sanguínea do paciente. Ao contrário da biópsia incisional, que exige intervenção cirúrgica, a biópsia líquida para câncer é feita através de uma simples coleta de sangue, sendo indolor e rápida.
Outros métodos de avaliação de Biópsia Líquida que identificam fragmentos de DNA no sangue (CFDNA) e por micro-vesículas também são algumas opções disponíveis, porém só identificam mutações genéticas para orientação de tratamento às vezes não acessíveis ao paciente.
A expectativa dos pesquisadores é que um dia ela se torne parte de exames de rotina e check ups, identificando o câncer em seus estágios iniciais e aumentando as chances de remissão da doença.
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FONTE:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3082489/
http://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/513419/biopsia+o+que+e+quando+e+indicada+quais+os+tipos+quais+as+possiveis+complicacoes+como+ela+e+realizada.htm
R.G.C.C. - Research Genetic Cancer Center